Dia 17/02/2025
LINHA DE BASE
Potência: pensamento crítico / criatividade.
Desafio: pontualidade.
Expectativa: colaborar de forma produtiva e trazer resultados somativos para a equipe, focando em resultados pautados em excelência.
Dia 07/04/2025
SP 2.5: Rosa
PROBLEMAS
- Parágrafo 1 - Solidão e Tristeza
- Parágrafo 2 - Grávida 13 semanas aos 42 anos
- Parágrafo 3 - Quadro infeccioso inespecífico - pré-natal de alto risco
- Parágrafo 4 - Dores abdominais intensas, onde foi internada
- Parágrafo 5 - Preocupação com o bebê
- Parágrafo 6 - Alteração do exame “translucência nucal”
- Parágrafo 7 - Exames subsidiários para descarte de diagnóstico
HIPÓTESES
- Problema 1 - Auto Explicativo
- Problema 2 - A gravidez aos 42 anos indica uma gravidez de risco tanto para a mãe quanto para o filho, podendo acrescentar síndromes e malformações.
- Problema 3 - Rosa teve um quadro de intoxicação alimentar. Encaminhada para o Pré-Natal de alto risco devido a sua idade.
- Problema 4 - Rosa estava com suspeita de estar sofrendo um aborto espontâneo, sendo internada para tratamento.
- Problema 5 - A mãe estava preocupada devido a possibilidade do exame revelar uma alteração.
- Problema 6 - A alteração do exame de translucência nucal pode indicar uma síndrome genética, por exemplo, a Síndrome de Down entre outras patologias.
- Problema 7 - Exames elementares podem ser utilizados para confirmar ou descartar. Ex: Ultrassom morfológico; Análises genéticas.
QA´s - Questões de Aprendizagem
1 - Quais os critérios utilizados para classificar uma gestação de alto risco?
1. Fatores maternos:
Idade extrema:
< 15 anos ou > 35 anos (alguns protocolos consideram > 40 anos).
📍 Menores de 15 anos:
Corpo ainda pode estar imaturamente desenvolvido (ex: pelve menor, hormônios ainda ajustando).
Maior risco de:
Parto prematuro.
Pré-eclâmpsia.
Trabalho de parto obstruído (distócia).
Bebê de baixo peso.
📍 Maiores de 35 anos:
Com o tempo, aumenta o risco de:
Doenças crônicas (hipertensão, diabetes), que complicam a gravidez.
Anormalidades cromossômicas no feto (ex: síndrome de Down).
Abortos espontâneos e parto prematuro.
Problemas placentários (placenta prévia, descolamento).
📍 Explicação biológica:
As mulheres já nascem com todos os seus oócitos (ovócitos primários).
Esses oócitos ficam “parados” na prófase I da meiose desde a vida fetal.
Quanto mais tempo passa, maior é a chance de erros na divisão celular (não-disjunção) quando o oócito tenta completar a meiose durante a ovulação.
❗ Não-disjunção = erro na separação dos cromossomos.
→ Resultado: gametas (óvulos) com número errado de cromossomos.
Se um desses gametas anormais for fecundado, pode surgir:
Trissomias (ex: síndrome de Down = trissomia do 21).
Monossomias (ex: síndrome de Turner = apenas um cromossomo X).
O óvulo envelhecido tem mais risco de errar a divisão dos cromossomos, gerando anomalias.
Condições pré-existentes:
Diabetes mellitus.
Hipertensão crônica.
Doenças cardíacas, renais ou autoimunes (ex: lúpus).
Anemia grave.
Histórico obstétrico anterior:
Abortos de repetição.
Parto prematuro prévio.
Cesáreas anteriores com complicações.
Morte fetal intrauterina anterior.
2. Fatores da gestação atual:
Doenças desenvolvidas durante a gravidez:
Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia.
Diabetes gestacional.
Infecções graves (ex: toxoplasmose, sífilis, HIV).
Alterações anatômicas:
Placenta prévia.
Descolamento prematuro da placenta.
Polidrâmnio ou oligoâmnio (excesso ou falta de líquido amniótico).
3. Fatores fetais:
Anomalias congênitas.
Restrição do crescimento intrauterino (RCIU).
Gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos...).
4. Fatores socioeconômicos e ambientais:
Baixo acesso a pré-natal adequado.
Desnutrição materna.
Uso de álcool, tabaco, drogas ilícitas.
Violência doméstica.
Gestação de alto risco = quando a saúde da mãe, do feto ou de ambos está ameaçada por condições prévias, surgidas durante a gravidez ou sociais.
Fonte: SciELO - https://www.scielo.br/j/physis/a/H4WmkwwRJhyh73tP4c79PPc/?lang=pt&utm
2 - Como deve ser o Pré-Natal de uma gestação de alto risco?
1. Início precoce e maior frequência:
Começar o pré-natal o mais cedo possível.
Consultas mais frequentes que o habitual (por exemplo, semanal ou quinzenal dependendo do caso).
2. Equipe multidisciplinar:
Acompanhamento não só pelo obstetra, mas também, se necessário, por:
Cardiologistas, endocrinologistas, infectologistas, nutricionistas, psicólogos, entre outros.
3. Monitoramento rigoroso:
Exames laboratoriais mais detalhados e repetidos (glicemia, função renal, perfil infeccioso, etc.).
Ultrassonografias seriadas para avaliar:
Crescimento fetal.
Volume de líquido amniótico.
Placenta (posição e funcionamento).
Avaliação da vitalidade fetal:
Cardiotocografia (monitoramento dos batimentos cardíacos do bebê).
Dopplerfluxometria (estudo do fluxo sanguíneo da placenta e do cordão).
4. Controle de doenças associadas:
Ajustar medicações para condições como hipertensão ou diabetes.
Tratar infecções e corrigir deficiências nutricionais.
5. Orientações específicas:
Reforço sobre:
Sinais de alerta para ir imediatamente ao hospital (sangramentos, diminuição de movimentos fetais, dor intensa).
Importância do repouso em alguns casos.
Dieta adequada e suplementação (ex: ferro, ácido fólico, cálcio).
6. Planejamento do parto:
Avaliação constante para decidir:
Melhor momento para o parto (muitas vezes antes de 40 semanas).
Melhor via de parto (vaginal ou cesariana), baseada no risco para mãe e bebê.
O pré-natal de alto risco precisa ser mais precoce, frequente, especializado e com monitoramento intensivo, sempre individualizado conforme a condição da mãe e do bebê.
Fonte: BVS - https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_gestacao_alto_risco.pdf?utm
3 - O que é translucência nucal e quando deve ser solicitado?
É a medição, feita por ultrassom, do acúmulo de líquido na parte de trás da nuca do feto.
É um exame de rastreamento (não diagnóstico) para avaliar o risco de:
Síndromes genéticas (ex: síndrome de Down — trissomia 21).
Malformações cardíacas.
Outras anomalias congênitas.
Entre 11 semanas e 13 semanas + 6 dias de gestação.
Critérios fetais para realizar:
Comprimento cabeça-nádega (CRL) entre 45 mm e 84 mm.
Quanto maior a translucência nucal medida:
Maior o risco de alterações cromossômicas ou cardíacas.
Normalmente, valores < 2,5–3,0 mm são considerados dentro da normalidade, dependendo da idade gestacional.
A translucência nucal é um ultrassom precoce, feito entre 11 e 14 semanas, para avaliar o risco de síndromes genéticas e problemas cardíacos no bebê.
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf?utm
4 - O que são síndromes genéticas e os seus tipos?
As síndromes genéticas são condições resultantes de alterações no material genético, podendo afetar o número ou a estrutura dos cromossomos, ou ainda envolver mutações em genes específicos. Essas alterações podem levar a uma variedade de manifestações clínicas, dependendo da natureza e da extensão da mutação.
Alterações Cromossômicas Numéricas:
Envolvem a presença de um número anormal de cromossomos.
Exemplos:
Trissomia 21 (Síndrome de Down): Presença de três cópias do cromossomo 21.
Trissomia 18 (Síndrome de Edwards): Três cópias do cromossomo 18.
Monossomia X (Síndrome de Turner): Presença de apenas um cromossomo X em mulheres.
Alterações Cromossômicas Estruturais:
Envolvem rearranjos na estrutura dos cromossomos, como deleções, duplicações, translocações e inversões.
Exemplos:
Síndrome do Cri du Chat: Deleção de parte do braço curto do cromossomo 5.
Síndrome de Williams: Deleção de uma região específica no cromossomo 7.
Doenças Monogênicas (Mendelianas):
Causadas por mutações em um único gene.
Exemplos:
Fibrose Cística: Mutação no gene CFTR.
Anemia Falciforme: Mutação no gene da beta-globina.
Distrofia Muscular de Duchenne: Mutação no gene DMD.
Doenças Multifatoriais (Poligênicas):
Resultam da interação entre múltiplos genes e fatores ambientais.
Exemplos:
Diabetes Mellitus Tipo 2: Influência de diversos genes e fatores como dieta e estilo de vida.
Hipertensão Arterial: Interação de predisposição genética com fatores ambientais.
Doença de Alzheimer: Associação com múltiplos genes e fatores ambientais.
Essa classificação é amplamente reconhecida na literatura científica e é fundamental para o diagnóstico, aconselhamento genético e manejo clínico das condições genéticas.
Fonte: Livraria Nacional de Medicina dos Estados Unidos - https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK557691/
5 - Quais síndromes podem ser identificadas pela Translucência Nucal?
A translucência nucal não diagnostica uma síndrome, mas detecta um risco aumentado para algumas condições, principalmente:
Síndrome de Down (Trissomia 21)
Mais comum associada a aumento da TN.
Síndrome de Edwards (Trissomia 18)
TN aumentada é frequente.
Síndrome de Patau (Trissomia 13)
Pode apresentar TN aumentada junto a outras malformações.
Síndrome de Turner (Monossomia X)
Caracteristicamente associada a higroma cístico (uma forma de TN aumentada).
Displasias esqueléticas e cardiopatias congênitas
Algumas alterações estruturais, como malformações cardíacas graves, também podem cursar com TN aumentada.
Síndrome de Noonan (doença genética que pode imitar a síndrome de Turner em alguns aspectos).
Anomalias de parede abdominal (ex.: onfalocele).
Infecções congênitas (mais raro).
Translucência Nucal aumentada é um marcador precoce de risco para síndromes cromossômicas, cardiopatias e algumas doenças genéticas específicas.
Fonte: PubMed - https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29439729/
6 - Quais os exames elementares para a construção ou descarte de um diagnóstico das síndromes genéticas?
(não confirmam, apenas indicam risco)
Ultrassonografia morfológica precoce
Avalia marcadores como translucência nucal, osso nasal, ducto venoso.
Pode sugerir risco de trissomias e malformações.
Teste de DNA fetal livre (NIPT — Non-Invasive Prenatal Testing)
Exame de sangue materno que analisa fragmentos de DNA fetal.
Detecta risco para:
Síndrome de Down (trissomia 21).
Síndrome de Edwards (trissomia 18).
Síndrome de Patau (trissomia 13).
Alterações nos cromossomos sexuais (ex: síndrome de Turner, Klinefelter).
Duplo marcador ou triplo marcador sérico
Medição de hormônios e proteínas no sangue materno.
Avalia risco para anomalias cromossômicas e defeitos de tubo neural.
(invasivos, com pequeno risco de complicação, mas são os únicos que dão diagnóstico definitivo)
Biópsia de vilo corial (CVS)
Coleta de células da placenta, geralmente entre 10 e 13 semanas.
Permite cariótipo fetal precoce.
Amniocentese
Coleta de líquido amniótico, geralmente entre 15 e 20 semanas.
Permite estudo do cariótipo, teste molecular (FISH, PCR) e análise de DNA.
Cordocentese
Punção do cordão umbilical para coleta de sangue fetal (raro, usado em casos especiais).
Cariótipo
Analisa o número e a estrutura dos cromossomos.
Diagnostica trissomias, monossomias, translocações, deleções grandes.
FISH (Hibridação in situ fluorescente)
Detecta alterações cromossômicas específicas de forma mais rápida (ex: trissomia 21, síndrome de DiGeorge).
Microarray genômico (CMA)
Detecta microdeleções e microduplicações genéticas não visíveis ao cariótipo convencional.
Sequenciamento de nova geração (NGS)
Usado para identificar mutações genéticas específicas em doenças monogênicas.
Primeiro fazemos rastreamento (ultrassom + testes de sangue).
Se alterado, confirmamos com exames invasivos (biópsia, amniocentese) + análises genéticas (cariótipo, FISH, microarray).
7 - Quais os principais agentes teratogênicos e as principais malformações?
Teratógenos incluem remédios, infecções, álcool, radiações, doenças maternas e substâncias químicas — todos capazes de causar malformações graves dependendo do tipo, dose e momento da gestação.
O período mais crítico para malformações graves é entre a 3ª e a 8ª semana de gestação (fase de organogênese).
Medicamentos:
Alguns medicamentos são fortes agentes teratogênicos, como:
Talidomida, que causou focomelia (malformações graves nos membros).
Anticonvulsivantes como o ácido valpróico, associados a defeitos cardíacos e defeitos do tubo neural.
Isotretinoína (derivado de vitamina A, usado para tratar acne severa), que pode provocar malformações faciais, do sistema nervoso central e cardíacas.
Doenças infecciosas maternas:
Infecções durante a gestação também são grandes causas de malformações. Exemplos:
Rubéola: surdez, catarata congênita e defeitos cardíacos.
Citomegalovírus: microcefalia, calcificações cerebrais e retardo mental.
Toxoplasmose: hidrocefalia, calcificações intracranianas e coriorretinite.
Sífilis: lesões ósseas, surdez e alterações dentárias.
Zika vírus: microcefalia e alterações do sistema nervoso central.
Radiação ionizante:
Altas doses de radiação, como em acidentes ou tratamentos inadequados (não exames simples de imagem), podem causar:
Microcefalia.
Retardo do crescimento intrauterino.
Malformações no sistema nervoso central.
Álcool:
O consumo de álcool durante a gravidez pode levar à Síndrome Alcoólica Fetal, que inclui:
Microcefalia.
Retardo mental.
Alterações faciais características (fissuras palpebrais curtas, filtro labial liso, lábio superior fino).
Drogas ilícitas:
Drogas como cocaína e crack são associadas a:
Restrição do crescimento intrauterino.
Malformações cardíacas.
Problemas comportamentais e cognitivos no futuro.
Doenças metabólicas maternas:
Em mães diabéticas mal controladas, há aumento do risco de:
Macrossomia fetal (bebê muito grande).
Defeitos cardíacos congênitos.
Defeitos do tubo neural.
Agentes químicos e ambientais:
Exposição a substâncias como mercúrio, chumbo e solventes industriais pode provocar:
Malformações neurológicas.
Alterações renais.
Defeitos cardíacos.
Fonte: FEBRASGO - Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia - https://www.febrasgo.org.br/images/arquivos/manuais/Outros_Manuais/manual_teratogenese.pdf?utm
Feedback do dia: aula intuitiva, boa participação dos integrantes da equipe e um dia de muito aprendizado.
A tutora Dani, como sempre, soube conduzir a dinâmica de grupo da melhor maneira possível.