Dia 17/03/2025
SP 2.2: A escola na UBS...
Dia 17/03/2025
SP 2.2: A escola na UBS...
SÍNTESE PROVISÓRIA
PROBLEMAS:
Gravidez na adolescência.
Epidemia na escola: quase um terço das meninas estão grávidas.
Este tema não estava na programação do semestre (falta de educação na escola).
Poucas alunas sabem alguma coisa sobre ciclo menstrual, poucas utilizam algum método contraceptivo.
Vida sexual ativa precoce.
Eduarda, engravidou sem planejar e esta considerando o aborto.
HIPÓTESES:
A falta de educação sexual na escola e na família, gerou quase um terço de gravidez das meninas da sétima série. Além disso, a influência das redes sociais e do grupo social contribuem para a vida sexual precoce.
Preconceito, religião, cultura gera uma barreira (tabu) na educação sexual.
Eduarda, teve uma gravidez indesejada como consequência de um descuido, falta ou uso inadequado de método contraceptivo.
O filho, para Eduarda, pode atrapalhar a vida acadêmica e familiar.
A busca do aborto no exterior, porque o aborto e proibido no Brasil.
QA's:
1 - Como se dá o desenvolvimento do corpo femnino na puberdade? (caracterizar o sistema reprodutor feminino, fisiologia, anatomia)
O desenvolvimento do corpo feminino na puberdade é um processo complexo e gradual que envolve mudanças físicas, hormonais e emocionais, todas reguladas pelo sistema reprodutor feminino. Esse processo marca o início da capacidade reprodutiva e acontece, em geral, entre os 8 e 13 anos de idade.
Ovários: produzem óvulos e hormônios (estrogênio e progesterona).
Trompas de Falópio: conduzem o óvulo até o útero, onde pode ocorrer a fecundação.
Útero: órgão muscular onde o embrião se implanta e se desenvolve na gestação.
Endométrio: revestimento interno do útero, que se renova a cada ciclo menstrual.
Vagina: canal que liga o útero ao meio externo; serve para menstruação, relação sexual e parto.
Grandes e pequenos lábios: protegem a entrada da vagina.
Clitóris: altamente sensível, responsável pelo prazer sexual.
Abertura vaginal e uretral.
O funcionamento do sistema reprodutor está ligado ao eixo hipotálamo-hipófise-ovariano:
Hipotálamo libera GnRH.
Hipófise anterior produz FSH e LH.
Ovários respondem liberando gametas:
Estrogênio: responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários.
Progesterona: atua no preparo do útero para uma possível gravidez.
Primeiro sinal da puberdade (normalmente entre 8 e 13 anos).
Influenciado principalmente pelo estrogênio.
Estimulada por androgênios produzidos pelas adrenais.
Acelerado por hormônios sexuais e GH (hormônio do crescimento).
A menina cresce rapidamente, principalmente entre 10 e 14 anos.
Ocorre geralmente entre os 10 e 15 anos.
Indica que o sistema reprodutor já está funcional, embora ciclos possam ser anovulatórios no início.
Aumento da oleosidade da pele, acne.
Acúmulo de gordura em quadris, mamas, coxas.
Alargamento dos quadris e definição da silhueta feminina.
GnRH
Estimula a hipófise a liberar FSH e LH
FSH
Estimula desenvolvimento dos folículos ovarianos e produç
LH
Promove a ovulação e formação do corpo lúteo
Estrogênio
Desenvolve mamas, endométrio, pele e gordura corporal
Progesterona
Prepara o útero para gravidez; regula ciclo menstrual; espessar o endométrio
Androgênios (ex: DHEA)
Estimulam crescimento de pelos e libido
Fonte: https://www.gov.br/saude/
2 - Quais as alterações psicológicas na puberdade feminina?
Durante a puberdade feminina, além das mudanças físicas e hormonais, ocorrem diversas alterações psicológicas importantes. Essas transformações fazem parte do amadurecimento neuropsicológico e são influenciadas principalmente pelos hormônios sexuais (estrogênio e progesterona), pelas mudanças no corpo e pelas pressões sociais e familiares.
Principais alterações psicológicas na puberdade feminina:
1. Oscilação de humor
Variações frequentes de humor, irritabilidade ou sensibilidade aumentada.
Ligadas às alterações hormonais e à imaturidade emocional do cérebro adolescente.
2. Construção da identidade
A adolescente começa a se questionar sobre quem é, seu papel no mundo e o que quer ser.
Busca de autonomia e autoafirmação.
Conflitos com figuras de autoridade (pais, professores).
3. Preocupação com a imagem corporal
A percepção do corpo muda rapidamente.
Pode surgir baixa autoestima ou distúrbios da imagem corporal, especialmente com influências de redes sociais e padrões estéticos.
A comparação com outras meninas da mesma idade é comum.
4. Despertar da sexualidade
Interesse por relacionamentos afetivos e sexuais.
Curiosidade sobre o corpo, prazer e intimidade.
Emoções novas podem gerar inseguranças, medo ou euforia.
5. Maior sensibilidade emocional
Emoções são mais intensas e nem sempre bem compreendidas.
Podem surgir sentimentos de solidão, vergonha ou inadequação.
6. Busca por pertencimento
Valorização excessiva da opinião de amigos e colegas.
Necessidade de se encaixar em grupos ou tribos (identidade social).
Conflito entre o desejo de ser aceita e a vontade de se destacar.
7. Desenvolvimento da moral e valores
Começa a formar suas próprias opiniões sobre o certo e o errado.
Questiona regras impostas pela família e pela sociedade.
Pode entrar em fase de rebeldia ou contestação.
8. Risco de transtornos mentais (em alguns casos)
Adolescência é um período de vulnerabilidade para transtornos como:
Depressão
Ansiedade
Transtornos alimentares (anorexia, bulimia)
Autolesão ou ideação suicida (em casos mais graves)
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS) https://www.who.int/health-topics/adolescent-health
3 - Quais são os exames laboratoriais e físicos para avaliar alterações na puberdade feminina?
1. Exame Físico
Realizado por um médico (pediatra ou endocrinologista) e inclui:
Avaliação clínica:
Altura e peso → cálculo do IMC e idade óssea
Estágio de Tanner → classifica o desenvolvimento das mamas e pelos pubianos em 5 estágios
Avaliação do crescimento → estirão puberal e velocidade de crescimento
Presença de sinais androgênicos (acne, seborreia, hirsutismo)
Exame ginecológico externo, se necessário e respeitando a idade
2. Exames Laboratoriais
a) Dosagem hormonal (sangue):
LH e FSH
Avaliam estímulo da hipófise; essenciais na diferenciação entre puberdade central e periférica
Estradiol
Principal estrogênio ovariano; indica maturação ovariana
Prolactina
Exclui hiperprolactinemia como causa de amenorreia
TSH e T4 livre
Avaliam função tireoidiana (hipotireoidismo pode alterar puberdade)
17-OH progesterona
Avalia hiperplasia adrenal congênita
Testosterona total e DHEA-S
Para investigar sinais de virilização ou puberdade precoce periférica
Hormônio do crescimento (GH) e IGF-1
Investigam atraso de crescimento e maturação esquelética
3. Exames Genéticos (em casos selecionados)
Cariótipo (ex: 46,XX ou 45,X0 – Síndrome de Turner)
Para meninas com atraso puberal, baixa estatura e disgenesia gonadal.
4. Exames de Imagem
Radiografia de mão e punho (idade óssea)
Avalia maturação esquelética (muito usada em endocrinologia pediátrica)
Ultrassonografia pélvica
Avalia útero, ovários e volume ovariano (útil para diferenciar puberdade verdadeira ou adrenarca)
Ressonância magnética de crânio (RM de sela túrcica)
Avaliação da hipófise, em casos de puberdade precoce central ou alteração de LH/FSH
Quando investigar?
Situação: Telarca antes dos 8 anos (Suspeita: Puberdade precoce)
Situação: Ausência de telarca aos 13 anos (Suspeita: Puberdade tardia)
Situação: Ausência de menarca aos 15 anos com telarca (Suspeita: Amenorreia primária)
Situação: Ciclos menstruais irregulares após 2 anos da menarca (Suspeita: Disfunção hormonal ou SOP)
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) - https://www.endocrino.org.br
4 - Como funciona o ciclo menstrual?
O ciclo menstrual é um processo fisiológico cíclico e natural que prepara o corpo da mulher, todos os meses, para uma possível gravidez. Ele é controlado por hormônios e envolve alterações nos ovários e no endométrio (revestimento interno do útero).
🔄 Resumo do ciclo menstrual
Duração média: 28 dias (pode variar entre 21 e 35 dias)
Início: contado a partir do 1º dia da menstruação
Fases principais:
Fase folicular
Ovulação
Fase lútea
Menstruação (caso não ocorra fecundação)
📆 1. Fase Folicular (dia 1 ao 14, aproximadamente)
O que acontece:
Começa no 1º dia da menstruação.
Hipotálamo → libera GnRH
Estimula a hipófise → libera FSH e LH
O FSH estimula o crescimento de folículos nos ovários.
Um folículo se torna dominante → começa a liberar estrógeno.
Efeitos:
Estrogênio promove espessamento do endométrio (preparação para possível implantação do embrião).
Estrogênio em níveis altos → feedback positivo → pico de LH → leva à ovulação.
🥚 2. Ovulação (por volta do 14º dia)
O que acontece:
Pico de LH → rompe o folículo dominante → libera o óvulo (ovulação).
O óvulo entra na trompa de Falópio, onde pode ser fecundado por um espermatozoide.
🌙 3. Fase Lútea (dia 15 ao 28)
O que acontece:
Após liberar o óvulo, o folículo rompido se transforma no corpo lúteo.
O corpo lúteo secreta progesterona e um pouco de estrogênio.
Efeitos:
A progesterona mantém o endométrio espesso e rico em vasos, pronto para receber o embrião.
Se houver fecundação → embrião produz hCG → mantém o corpo lúteo.
Se não houver fecundação → o corpo lúteo regride → queda dos hormônios → o endométrio se rompe → menstruação.
🩸 4. Menstruação (novo ciclo)
O que acontece:
Queda dos níveis de estrogênio e progesterona.
O endométrio descama → elimina-se pela vagina → ocorre o sangramento menstrual.
Marca o início de um novo ciclo.
Na fase folicular, o hormônio predominante é o estrogênio, que é produzido pelos folículos ovarianos em crescimento. Esse hormônio estimula o espessamento do endométrio, preparando o útero para uma possível gravidez.
Na ovulação, ocorre um pico do hormônio LH (hormônio luteinizante), que provoca a liberação do óvulo pelo ovário. Esse evento geralmente acontece por volta do 14º dia do ciclo.
Na fase lútea, o principal hormônio é a progesterona, produzida pelo corpo lúteo (estrutura que se forma no ovário após a ovulação). A progesterona mantém o endométrio espesso e vascularizado, deixando o útero pronto para receber um embrião.
Se não houver fecundação, os níveis de estrogênio e progesterona caem, o que leva ao descamamento do endométrio e ao início da menstruação, marcando o começo de um novo ciclo menstrual.
Fonte: Sociedade Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) - https://www.febrasgo.org.br
5 - Quais são os métodos contraceptivos e sua eficácia?
Os métodos contraceptivos são formas de prevenir a gravidez e, em alguns casos, também evitar infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Eles se dividem em hormonais, de barreira, cirúrgicos, comportamentais e de emergência. A eficácia de cada método depende tanto da sua natureza quanto do uso correto.
Os métodos contraceptivos variam bastante em forma de uso e eficácia. Entre os métodos de barreira, temos a camisinha masculina, que tem eficácia de cerca de 85% com uso típico e protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). A camisinha feminina, embora menos utilizada, também oferece proteção contra ISTs e tem eficácia média de 79% com uso típico.
Já os métodos hormonais, como a pílula anticoncepcional oral, oferecem uma eficácia de aproximadamente 91%, mas não protegem contra ISTs. A injeção hormonal (mensal ou trimestral) tem eficácia um pouco maior, de 94%. Outros métodos hormonais incluem o anel vaginal, o adesivo transdérmico e o implante hormonal subdérmico — este último sendo um dos mais eficazes, com mais de 99% de eficácia.
O DIU de cobre, método não hormonal, e o DIU hormonal (como o Mirena) também têm eficácia superior a 99%, sendo opções de longa duração. Nenhum deles, no entanto, oferece proteção contra ISTs.
Os métodos comportamentais, como o coito interrompido (retirada do pênis antes da ejaculação), têm eficácia mais baixa, cerca de 78%, devido à alta taxa de erro humano. A tabelinha, que se baseia no cálculo do período fértil, tem eficácia semelhante, em torno de 76%, e também não protege contra ISTs.
Entre os métodos cirúrgicos, temos a laqueadura tubária (esterilização feminina) e a vasectomia (esterilização masculina), ambos com mais de 99% de eficácia. São considerados métodos permanentes, indicados para quem não deseja mais ter filhos.
Por fim, a pílula do dia seguinte é um método emergencial, que deve ser usado apenas em situações específicas (como rompimento da camisinha ou relação desprotegida). Sua eficácia varia entre 58% e 95%, dependendo de quão cedo for tomada após a relação. Também não protege contra ISTs.
Camisinha é o único método que previne ISTs, como HIV, sífilis, gonorreia, HPV, etc.
Métodos hormonais podem ter efeitos colaterais (náusea, dor de cabeça, alterações de humor).
O DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e causar cólicas em algumas mulheres.
Pílulas de emergência não devem ser usadas como método regular — são menos eficazes e têm mais efeitos colaterais.
Métodos cirúrgicos são considerados definitivos (esterilização).
Depende de:
Idade
Condição de saúde
Desejo de ter filhos no futuro
Frequência de relações sexuais
Acesso ao sistema de saúde
Preferência pessoal e do(a) parceiro(a)
Fonte: CDC – Centers for Disease Control and Prevention (EUA) - https://www.cdc.gov/reproductivehealth/contraception/index.htm
6 - Como é a abordagem da educação sexual na escola e ambiente familiar? Quais são as barreiras que são encontradas?
🏫 Educação sexual na escola
De forma progressiva, de acordo com a idade e maturidade dos alunos.
Por meio de projetos interdisciplinares, envolvendo ciências, biologia, ética, cidadania e saúde.
Com foco em informação científica, respeito ao corpo, autoestima, prevenção e direitos.
Baseada em valores como diálogo, diversidade, tolerância e proteção.
Anatomia e fisiologia do corpo humano
Puberdade e mudanças corporais
Métodos contraceptivos e ISTs
Sexualidade saudável e consentimento
Prevenção de abuso e violência sexual
Relações afetivas, identidade de gênero e orientação sexual
Com diálogo aberto, sem julgamento, respeitando dúvidas e curiosidades da criança/adolescente.
De forma natural, contínua, desde a infância (não apenas na puberdade).
Adaptando a linguagem à idade e compreensão da criança.
Evitando mitos e tabus, explicando com base em valores familiares e respeito mútuo.
A sexualidade ainda é um assunto considerado “proibido” em muitas famílias e escolas.
Medo de “estimular precocemente” o interesse sexual (o que não é verdade segundo evidências científicas).
Muitos professores e pais não têm formação adequada ou se sentem inseguros para tratar do tema.
Vergonha, desinformação ou medo de falar “algo errado”.
Algumas escolas enfrentam pressões externas (políticas, ideológicas ou religiosas) que limitam a abordagem da educação sexual.
Tentativas de censura ou projetos que associam erroneamente educação sexual à “ideologia de gênero”.
Em regiões mais pobres ou com baixa escolaridade, há menos acesso à educação sexual de qualidade.
Isso aumenta os riscos de gravidez na adolescência, ISTs e abuso.
Reduz gravidez precoce e infecções sexualmente transmissíveis.
Diminui casos de abuso e exploração sexual (quando a criança conhece seus direitos e limites).
Melhora a autoestima, autonomia e tomada de decisão.
Promove uma sociedade mais informada, responsável e respeitosa com a diversidade.
Fonte: UNESCO - https://unesdoc.unesco.org
7 - Quais são as principais ISTs?
As principais ISTs são doenças causadas por diversos agentes - como bactérias, vírus, fungos e protozoários - e transmitidas principalmente pelo contato sexual desprotegido. Abaixo estão as mais comuns e relevantes do ponto de vista clínico e epidemiológico:
Relação sexual vaginal, anal ou oral sem camisinha
Contato com sangue contaminado (HIV, hepatites)
Mãe para filho (durante gestação, parto ou amamentação)
Clínico + exames laboratoriais: sorologia, PCR, cultura, teste rápido
Bacterianas e protozoárias: geralmente curáveis com antibióticos (ex: sífilis, gonorreia, clamídia, tricomoníase)
Virais: não têm cura definitiva, mas há controle com antivirais (ex: HIV, herpes, HPV, hepatites)
Uso de camisinha masculina ou feminina
Testagem regular (inclusive durante a gravidez)
Vacinação (ex: HPV e hepatite B)
Tratamento dos parceiros
Fonte: OMS - https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/sexually-transmitted-infections-(stis)
8 - O que e o aborto? Em quais circunstâncias são permitidos no Brasil?
O aborto é a interrupção da gravidez antes de o feto ter condições de sobreviver fora do útero (geralmente antes da 20ª ou 22ª semana de gestação). Ele pode ocorrer de forma:
Espontânea (natural): quando ocorre sem interferência externa, como nos casos de aborto por má-formação fetal, problemas hormonais ou infecciosos.
Provocada (induzida): quando há intervenção para interromper a gestação, por motivos diversos.
No Brasil, o aborto é crime previsto no Código Penal (art. 124 a 128), mas há exceções em que é permitido legalmente, sem que a mulher ou os profissionais de saúde sejam punidos:
Gravidez resultante de estupro
Não é exigida autorização judicial.
Basta a declaração da vítima em unidade de saúde.
A mulher tem o direito de decidir se quer ou não continuar com a gestação.
Risco de vida para a gestante
Quando a continuidade da gravidez representa uma ameaça real à vida da mulher.
Nessa situação, o aborto é permitido para preservar a saúde ou a vida materna.
Anencefalia fetal (má-formação grave e letal)
Autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2012.
A interrupção da gravidez é legal quando o feto é anencéfalo (ausência de cérebro), pois a condição é incompatível com a vida extrauterina.
Fonte: Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei nº 2.848/1940) - https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
9 - Quais os impactos do aborto na vida mullher?
✅ Se realizado de forma segura (legal e com assistência médica):
Riscos são baixos e comparáveis a outros procedimentos ginecológicos.
Recuperação física geralmente rápida.
❌ Se realizado de forma insegura (ilegal, clandestino, sem estrutura adequada):
Alto risco de:
Infecções graves (sepse)
Hemorragias
Perfuração do útero
Infertilidade
Morte materna
Os efeitos emocionais variam. Algumas mulheres sentem alívio, outras podem apresentar reações negativas, especialmente se o aborto foi:
Contra sua vontade
Sem apoio
Em um contexto de violência ou abandono
Possíveis reações psicológicas:
Alívio (muito comum após a decisão)
Tristeza ou luto (luto reprodutivo)
Culpa ou vergonha (por fatores culturais, religiosos ou familiares)
Ansiedade e/ou depressão
Em alguns casos: transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)
Importante: Não existe comprovação científica de que o aborto cause, por si só, depressão grave ou TEPT. Os fatores de risco estão ligados a:
Falta de apoio emocional
Histórico de saúde mental
Ambiente hostil ou julgamento social
Estigma social: mulheres podem sofrer discriminação, isolamento ou julgamento (especialmente em contextos conservadores).
Conflitos familiares ou conjugais: quando há desacordo sobre a decisão.
Barreiras ao cuidado de saúde: medo de procurar ajuda médica após um aborto inseguro.
Impacto na autoestima e identidade: pode gerar crises de identidade ou de valores.
Apoio emocional e psicológico (de familiares, amigos ou profissionais)
Acesso a serviços de saúde seguros e humanizados
Ausência de julgamento moral ou social
Tomada de decisão autônoma e consciente
Fonte: APA – American Psychological Association - https://www.apa.org/pi/women/programs/abortion/mental-health.pdf
FEEDBACK DA AULA (17/03/2025):
Essa tutoria foi de suma importância, aprendemos muito um com o outro. O grupo foi participativo e a
tutora Dani Nogueira, como sempre, soube conduzir todo o processo com suavidade e entregou muito conhecimento para o grupo.