Dia 10/03/2025
SP 2.1 - Espermatogênese
QUESTÕES DA SP 2.1
A) Quais os órgaos do sistema genital masculino e suas respectivas funções?
O sistema genital masculino é responsável pela produção de gametas (espermatozoides) e hormônios sexuais, além de garantir a reprodução. Seus principais órgãos e suas funções são:
Testículos – Produzem espermatozoides e o hormônio testosterona.
Epidídimos – Armazenam e amadurecem os espermatozoides.
Ductos deferentes – Transportam os espermatozoides dos epidídimos até a uretra.
Vesículas seminais – Produzem um líquido rico em frutose que nutre os espermatozoides.
Próstata – Produz um fluido que compõe o sêmen e ajuda na mobilidade dos espermatozoides.
Glândulas bulbouretrais (Cowper) – Liberam um líquido lubrificante que neutraliza a acidez da uretra antes da ejaculação.
Pênis – Facilita a deposição do sêmen no trato reprodutivo feminino.
Escroto – Bolsa que protege e regula a temperatura dos testículos para a produção adequada de espermatozoides.
B) Qual a sequência de eventos que ocorre com as espermatogônias, até a transformação final em espermatozoides?
A espermatogênese é o processo de formação dos espermatozoides a partir das espermatogônias e ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos. Esse processo pode ser dividido em três fases principais:
As espermatogônias (células-tronco germinativas) sofrem mitose, originando novas espermatogônias.
Algumas dessas células continuam se dividindo, enquanto outras se diferenciam em espermatócitos primários, que darão início à meiose.
O espermatócito primário entra em meiose I, formando dois espermatócitos secundários (cada um com metade do número de cromossomos).
Cada espermatócito secundário passa por meiose II, originando quatro espermátides haploides.
As espermátides passam por um processo de maturação chamado espermiogênese, no qual:
O núcleo se condensa.
O acrossomo (estrutura que contém enzimas para fecundação) se forma.
O flagelo se desenvolve para permitir a mobilidade.
O citoplasma em excesso é eliminado.
Ao final da espermiogênese, os espermatozoides maduros são liberados no lúmen dos túbulos seminíferos.
Espermatogônias → (Mitose) →
Espermatócitos primários → (Meiose I) →
Espermatócitos secundários → (Meiose II) →
Espermátides → (Espermiogênese) →
Espermatozoides maduros.
Esse processo completo dura cerca de 64 a 75 dias em humanos.
C) Qual o local de produção dos espermatozoides?
Os espermatozoides são produzidos nos testículos, mais especificamente nos túbulos seminíferos. Esses túbulos são estruturas altamente enoveladas dentro dos testículos onde ocorre a espermatogênese, o processo de formação dos espermatozoides.
Após sua produção, os espermatozoides são transportados para o epidídimo, onde amadurecem e adquirem motilidade antes de serem armazenados para eventual ejaculação.
D) Qual o papel das células de Leydig e das células de Sertoli? Quais hormônios participam do processo?
As células de Leydig e as células de Sertoli desempenham papéis essenciais na espermatogênese e na regulação hormonal dos testículos.
Localização: No interstício testicular, entre os túbulos seminíferos.
Função: Produzem testosterona, essencial para o desenvolvimento dos espermatozoides e características sexuais secundárias masculinas.
Hormônio regulador: LH (Hormônio Luteinizante) – estimula as células de Leydig a secretarem testosterona.
Localização: Dentro dos túbulos seminíferos, sustentando as células germinativas.
Função:
Fornecem suporte estrutural e metabólico para os espermatócitos em desenvolvimento.
Regulam a espermatogênese por meio da secreção de fatores de crescimento e proteínas.
Produzem a ABP (Proteína Ligadora de Andrógenos), que mantém alta a concentração de testosterona no túbulo.
Secretam inibina, que regula a produção de FSH.
Hormônio regulador: FSH (Hormônio Folículo-Estimulante) – estimula as células de Sertoli a sustentarem a espermatogênese.
GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas) – produzido pelo hipotálamo, estimula a liberação de:
LH – estimula as células de Leydig a produzirem testosterona.
FSH – estimula as células de Sertoli a promoverem a maturação dos espermatozoides.
Testosterona – essencial para o desenvolvimento dos espermatozoides e características sexuais masculinas.
Inibina – secretada pelas células de Sertoli, regula negativamente a produção de FSH.
Esse sistema funciona por feedback negativo, em que níveis elevados de testosterona e inibina reduzem a secreção de GnRH, LH e FSH, garantindo o equilíbrio da espermatogênese.
E) Como ocorre e quais as principais alterações morfológicas que ocorrem com as espermátides durante a espermiogênese?
A espermiogênese é a última fase da espermatogênese, na qual as espermátides sofrem uma série de modificações morfológicas para se tornarem espermatozoides maduros. Esse processo ocorre dentro dos túbulos seminíferos, com o auxílio das células de Sertoli, e envolve as seguintes alterações:
Condensação do núcleo
O DNA da espermátide sofre uma intensa compactação, tornando-se altamente condensado para reduzir o volume nuclear e facilitar a mobilidade do espermatozoide.
Formação do acrossomo
O complexo de Golgi forma uma estrutura chamada vesícula acrossômica, que se funde e origina o acrossomo, localizado na região anterior do núcleo.
O acrossomo contém enzimas hidrolíticas (como a hialuronidase e a acrosina), essenciais para a penetração do espermatozoide no óvulo durante a fecundação.
Desenvolvimento do flagelo
Os centríolos organizam os microtúbulos, formando o axonema, que compõe o flagelo.
O flagelo é responsável pela motilidade do espermatozoide.
Redistribuição do citoplasma
O citoplasma em excesso é eliminado na forma de corpos residuais, fagocitados pelas células de Sertoli.
Formação da peça intermediária
As mitocôndrias se agrupam na região próxima ao flagelo, formando a peça intermediária, que fornece energia (ATP) para o movimento do espermatozoide.
Após essas transformações, os espermatozoides ainda são imaturo e não possuem motilidade própria. Eles são liberados no lúmen do túbulo seminífero e transportados para o epidídimo, onde ocorre o processo final de maturação e aquisição de motilidade.
F) Qual a contribuição das glândulas seminais, da próstata e bulbouretrais na composição do sêmen?
A composição do sêmen é resultado da secreção de diversas glândulas acessórias do sistema reprodutor masculino. Cada uma dessas glândulas contribui com substâncias que auxiliam na nutrição, proteção e transporte dos espermatozoides.
Produzem um fluido rico em frutose, que serve como fonte de energia para os espermatozoides.
Contêm prostaglandinas, que ajudam na motilidade do espermatozoide e podem estimular contrações no trato reprodutor feminino.
Secreção alcalina, ajudando a neutralizar a acidez vaginal, aumentando a sobrevivência dos espermatozoides.
Produz um fluido leitoso contendo íons de zinco, cálcio e magnésio, que ajudam na estabilidade da cromatina do espermatozoide.
Contém a enzima PSA (antígeno prostático específico), que liquefaz o sêmen após a ejaculação, facilitando a mobilidade espermática.
Secreção ligeiramente ácida, mas essencial para a ativação dos espermatozoides.
Secretam um muco pré-ejaculatório, que lubrifica a uretra e reduz a acidez residual da urina.
Contribuem para a melhor passagem dos espermatozoides pelo canal uretral.
G) Quais fatores contribuem para a infertilidade masculina?
A infertilidade masculina pode ser causada por diversos fatores que afetam a produção, qualidade ou transporte dos espermatozoides. Esses fatores podem ser hormonais, genéticos, ambientais, infecciosos ou relacionados ao estilo de vida.
Varicocele: Dilatação anormal das veias testiculares, aumentando a temperatura testicular e prejudicando a espermatogênese.
Distúrbios hormonais: Baixos níveis de testosterona, FSH ou LH podem afetar a produção de espermatozoides.
Criptorquidia: Testículo não descido, levando a menor produção espermática.
Doenças genéticas:
Síndrome de Klinefelter (XXY): Afeta a espermatogênese.
Microdeleções no cromossomo Y: Podem impedir a produção adequada de espermatozoides.
Infecções:
Orquite (inflamação do testículo), como na caxumba pós-puberdade.
ISTs (ex.: clamídia, gonorreia) que causam inflamação nos ductos genitais.
Fragmentação do DNA espermático: Associada ao envelhecimento, estresse oxidativo e exposição a toxinas.
Estresse oxidativo: Produzido por inflamação, obesidade e tabagismo, prejudica a função espermática.
Idade avançada: Reduz a qualidade do DNA dos espermatozoides.
Exposição a toxinas e radiação: Como pesticidas, metais pesados, solventes industriais e radiação ionizante.
Obstrução dos ductos deferentes:
Pode ocorrer devido a infecções, cirurgias prévias (como vasectomia) ou condições congênitas (ex.: ausência bilateral dos ductos deferentes, comum na fibrose cística).
Disfunção dos espermatozoides:
Alterações na motilidade espermática impedem a chegada ao óvulo.
Síndrome dos cílios imóveis (Síndrome de Kartagener) pode afetar a mobilidade dos espermatozoides.
Tabagismo: Aumenta o estresse oxidativo e reduz a qualidade do sêmen.
Consumo excessivo de álcool: Afeta os níveis de testosterona e espermatogênese.
Uso de drogas: Esteroides anabolizantes reduzem a produção de espermatozoides; maconha e cocaína prejudicam a motilidade e qualidade espermática.
Obesidade: Associada a desequilíbrios hormonais e aumento da temperatura escrotal.
Excesso de calor nos testículos:
Uso frequente de roupas apertadas.
Exposição prolongada a banhos quentes, saunas ou trabalho em ambientes de alta temperatura.
Estresse crônico: Aumenta os níveis de cortisol, que pode inibir a produção de testosterona e espermatozoides.
Diabetes mellitus: Pode afetar a motilidade espermática e causar disfunção erétil.
Hipertensão e doenças cardiovasculares: Podem prejudicar a função testicular.
Distúrbios autoimunes: Formação de anticorpos anti-espermatozoides que atacam os próprios espermatozoides.
A infertilidade masculina pode ter múltiplas causas, muitas das quais são tratáveis ou preveníveis. A avaliação médica inclui análise do espermograma, exames hormonais e investigação de possíveis fatores genéticos ou ambientais. Mudanças no estilo de vida, tratamento de doenças subjacentes e abordagens médicas ou cirúrgicas podem melhorar a fertilidade.
MEDLAB - 10/03/2025
ESPERMOGRAMA
O espermograma é um exame laboratorial que avalia a qualidade do sêmen e a saúde dos espermatozoides. Ele é frequentemente solicitado para investigar a fertilidade masculina e diagnosticar possíveis problemas reprodutivos.
🔹 Volume – Normalmente entre 1,5 mL e 5 mL.
🔹 Cor – Branco-opalescente. Alterações podem indicar infecções.
🔹 Viscosidade – Excesso pode dificultar a mobilidade dos espermatozoides.
🔹 pH – Normal entre 7,2 e 8,0.
🔹 Concentração espermática – Normalmente ≥ 15 milhões/mL.
🔹 Motilidade – Classificada em progressiva, não progressiva e imóveis.
🔹 Morfologia – Percentual de espermatozoides com formato normal (Critérios de Kruger).
🔹 Vitalidade – Teste que indica a porcentagem de espermatozoides vivos.
🔹 Presença de leucócitos – Pode indicar infecções.
✅ Investigação de infertilidade masculina.
✅ Monitoramento após vasectomia.
✅ Diagnóstico de infecções urogenitais.
✅ Avaliação antes de tratamentos como FIV (fertilização in vitro).
✔️ Abstinência sexual de 2 a 7 dias.
✔️ Evitar consumo de álcool e cigarro antes do exame.
✔️ Higienizar as mãos e região genital antes da coleta.