Dia 24/02/2025
SP 1.4 - Juntos, a gente vai mais longe
SÍNTESE PROVISÓRIA
PROBLEMAS
1 - Angústia e preocupação: Mário não conseguiu se adaptar à nova casa, nova turma, nova rotina e ao novo método de estudos.
2 - Mário sente sintomas como a falta de ar, taquicardia, tremores e aperto no peito.
3 - Autossabotagem, medo, insegurança do Mario.
4 - Mário e Carla tomaram um fármaco para TDAH.
5 - Comparação com a professora: Mario acredita que a professora, por ser bem-sucedida, não precisaria de acompanhamento terapêutico.
6 - Mário apresenta dificuldade em reconhecer que precisa de ajuda.
HIPÓTESES
1 - A dificuldade de adaptação, autossabotagem, medo e insegurança trouxeram os sintomas de ansiedade para o Mario.
2 - Alguns fatores que podem contribuir para o medo, insegurança, frustração e autossabotagem do Mario são (hipoteticamente):
Bullying na infância;
Pressão psicologica;
Problemas mal resolvidos na infância;
Expectativa criada em relação ao sucesso (entrada no curso de medicina);
Sobrecarga inicial demandada pelo curso.
3 - Automedicação dos dois colegas (Mário e Carla), culminando numa crise de pânico do Mário.
4 - Mário e Carla se comparam com a professora, muitas vezes por influência da mídia, inseguranças, estigmas provenientes da sociedade; também nota-se um preconceito contra a terapia.
5 - Falta de conhecimento das redes de apoio (núcleo familiar, amigos) para um suporte psicológico e os demais fatores (estigmas, inseguranças, autossabotagem).
QA’s - QUESTÕES DE APRENDIZAGEM
1 - O que é ansiedade e quais fatores contribuem para a piora do quadro em um estudante de medicina?
A ansiedade é um sentimento natural dos seres humanos que permite antecipar situações de risco e preparar para os desafios diários. No entanto, quando essa emoção se torna muito intensa, com preocupações desproporcionais aos problemas e de forma contínua, ela se transforma em um transtorno. Esse transtorno pode interferir no descanso e desencadear sintomas específicos.
Os transtornos de ansiedade apresentam sintomas intensos, tais como:
Preocupações, tensões ou medos exagerados
Sensação contínua de que um desastre ou algo muito ruim vai acontecer
Falta de controle sobre pensamentos, imagens ou atitudes, que se repetem independentemente da vontade
Pavor depois de uma situação muito difícil
Tensão muscular
Intensificação ou surgimento de dores pelo corpo
Dificuldade para se desconectar dos problemas e para dormir
Alterações no funcionamento do intestino
Fonte: https://www.einstein.br/n/glossario-de-saude/ansiedade
2 - Quais os índices de automedicação entre os estudantes de medicina e qual o seu impacto na saúde do indivíduo?
A prevalência de automedicação entre estudantes de Medicina varia significativamente conforme o sexo e a região analisada. Por exemplo, uma revisão integrativa apontou que a prevalência de automedicação em estudantes de Medicina foi de 97,2%, e outro estudo, realizado com acadêmicos de Medicina das Universidades Católica e Federal de Pernambuco, identificou uma prevalência de automedicação de 87,5% entre os homens e 92,5% entre as mulheres.
Impactos:
Reações adversas a medicamentos: O uso inadequado de medicamentos pode levar a efeitos colaterais inesperados, que variam de leves a graves.
Resistência antimicrobiana: O uso indiscriminado de antibióticos sem orientação adequada contribui para o desenvolvimento de bactérias resistentes, tornando tratamentos futuros menos eficazes.
Interações medicamentosas perigosas: A combinação de medicamentos sem orientação profissional pode resultar em interações que potencializam efeitos adversos ou reduzem a eficácia terapêutica.
Mascaramento de doenças: A automedicação pode ocultar sintomas importantes, retardando o diagnóstico e o tratamento adequado de condições médicas subjacentes.
Dependência química: O uso de medicamentos psicoestimulantes sem prescrição pode levar à dependência e a outros problemas de saúde mental.
Fonte: BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), coordenada pela OPAS/OMS / Revista FT (Revista de Terapias) publicação científica voltada para a área da saúde / UFMG (Perfil da pratica de automedicação por estudantes de medicina.
3 - Qual a definição de estigma e como ele pode impactar na vida de um estudante?
Definição de Estigma
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estigma é um “processo social pelo qual certas características, comportamentos ou condições são atribuídos a indivíduos ou grupos e, como resultado, são tratados de maneira desigual ou desvalorizada”. Essa visão está alinhada com o entendimento sociológico de que o estigma leva a discriminação, marginalização e exclusão social.
Impacto do Estigma na Vida de um Estudante
O impacto do estigma na vida de um estudante de Medicina, pode ser profundo e afetar várias áreas de sua vida, como saúde mental, desempenho acadêmico e relacionamentos interpessoais.
Saúde Mental:
Ansiedade e Depressão: O estigma pode levar o estudante a se sentir isolado ou inferiorizado, gerando sentimentos de inadequação, o que pode evoluir para problemas sérios de saúde mental, como ansiedade e depressão. Estudos mostram que estudantes de Medicina têm uma prevalência significativa de distúrbios de saúde mental, em parte devido à pressão do curso, mas o estigma também pode agravar esse quadro.
Estresse e Burnout: O estigma relacionado a falhas acadêmicas ou dificuldades emocionais pode aumentar o estresse e contribuir para o desenvolvimento do burnout, um estado de exaustão emocional e física.
Desempenho Acadêmico:
O estigma pode afetar negativamente o desempenho acadêmico, pois o estudante pode se sentir inseguro e incapaz de pedir ajuda quando necessário. Ele pode também internalizar a crença de que não é "bom o suficiente", o que impacta seu desempenho em provas e atividades acadêmicas.
Relacionamentos Interpessoais:
O estigma pode levar a um isolamento social. Estudantes estigmatizados podem evitar interações com os colegas, o que prejudica o desenvolvimento de uma rede de apoio importante, principalmente em um curso exigente como Medicina, onde o suporte mútuo é fundamental.
Autoestima:
Quando o estigma é internalizado, pode prejudicar a autoestima do estudante. Ele pode começar a se ver de forma negativa, o que afeta sua confiança e sua motivação para continuar no curso ou em suas atividades profissionais.
Exemplos de Estigma entre Estudantes de Medicina
Estudantes de Medicina podem ser estigmatizados por procurarem ajuda psicológica ou psiquiátrica, o que é visto como um sinal de fraqueza, apesar da alta pressão do curso, alunas que enfrentam dificuldades em determinadas disciplinas ou são reprovados podem enfrentar estigma por serem vistos como incapazes ou não qualificados, o que pode aumentar a sensação de inadequação e fracasso.
Fonte: APA American Psychiatric Association / OMS / Scielo
4 - Quais são as redes de apoio institucionais relacionadas à restauração da saúde mental dos indivíduos e qual a importância delas?
A CAPS (Centro de Atencao Psicossocial) é uma das principais instituições de saúde mental voltada para pessoas com problema psíquicos e estigmatizadas.
Numa UBS, por exemplo, o paciente pode ser acolhido por psicólogos e ter um acompanhamento adequado, se caso for, pode ser encaminhado para tratamento psiquiátrico.
Serviço residencial terapêutico: visitas periódicas ao paciente para o tratamento.
Centro de Valorização da Vida (número 188).
PROGRAMAS DO UNIBH
ANGATU: Um programa em que o aluno se inscreve para o monitoramento e acompanhamento psiquiátrico que ajudam nas demandas de saúde mental.
NAPI: é o apoio psicopedagógico que auxilia em adaptações de provas, como alunos que possuem TDAH, cujo atendimento é de suma importância para entender suas dificuldades e montar as adaptações.
5 - Quais são as estratégias de autocuidado que podem ser adotadas para a melhora do quadro de saúde mental do estudante de medicina?
O autocuidado, como o termo indica, é o cuidado de si próprio. Envolve a decisão consciente e responsável de aplicar no dia a dia comportamentos que promovem saúde e bem-estar. Construir uma postura de autocuidado passa por um olhar especial para necessidades, desejos, crenças e hábitos cotidianos que cada um de nós tem. Depende também da disponibilidade de tempo, recursos, conhecimento e do acesso aos serviços de saúde, quando necessário. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a definição de saúde é bem ampla e compreende bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças.
A saúde mental envolve o equilíbrio dinâmico entre sentimentos, emoções, ideias, crenças e valores que são vividos em nossa relação com as pessoas e o ambiente. Esse equilíbrio vai influenciar o modo como lidamos com as instabilidades da vida, com emoções positivas e negativas, com reconhecimento de limites e a superação de desafios, podendo ajudar ou dificultar esse processo. Algumas estratégias que podem ser adotadas:
Alimentação
Comer uma dieta equilibrada, rica em nutrientes
Hidratar-se regularmente, bebendo água e consumindo frutas e legumes
Reduzir o consumo de sal
Sono
Dormir bem, Reservar tempo para descansar.
Pausas
Fazer pausas regulares para relaxar
Praticar atividades que gosta, como ler, ouvir música ou caminhar
Atividades físicas
Praticar atividades físicas, sair ao ar livre.
Rede de apoio
Manter contato com familiares, amigos e grupos comunitários
Construir relacionamentos de apoio
Buscar ajuda profissional quando necessário
Autocompaixão
Ser gentil consigo mesmo, reconhecer suas realizações, dedicar tempo a atividades que proporcionam alegria e relaxamento.
Meditação
Meditar, praticar mindfulness e exercícios de respiração.
Organização
Organizar o espaço, escrever o que sente.
https://www.unimedcampinas.com.br/blog/saude-emocional/conheca-11-dicas-de-praticas-de-autocuidado
FEEDBACK DA AULA (24/02/2025):
O grupo foi participativo, conseguimos construir uma Nova Síntese bem elaborada com base no conjunto de respostas dos alunos. Todos contribuíram positivamente para o desenvolvimento da aula.