Dia 17/02/2025
LINHA DE BASE
Potência: pensamento crítico / criatividade.
Desafio: pontualidade.
Expectativa: colaborar de forma produtiva e trazer resultados somativos para a equipe, focando em resultados pautados em excelência.
Dia 28/04/2025
SP 3.1: Tempos difíceis
PROBLEMAS
1-Alteração do ciclo circadiano de João.
2-Renda familiar baixa e a necessidade de João de complementar a renda.
3- João sente-se cansado pela rotina exaustiva de trabalho e estudo,
4- João consome alimentos ricos em carboidratos simples e é sedentário.
5-João apresenta desequilíbrio do gasto energético com risco metabólico aumentado, como resultado do acúmulo do tecido adiposo e obesidade grau 2. (35-39,9 de IMC)
6- João tem resistência às mudanças sugeridas na sua rotina.
HIPÓTESES
1-Alteração do ciclo circadiano é um fator de risco para obesidade.
2- A pressão psicológica que o João sofre ao complementar a renda favorece o estresse e a obesidade.
3-A alteração do ciclo circadiano, a rotina exaustiva e a baixa renda favorecem o consumo de alimentos que geram recompensa mais rápida de saciedade e prazer, além de alimentos de baixo custo, como alimentos ricos em carboidratos simples.
4- A obesidade traz como risco problemas cardiometabólicos e psicológicos.
5- O ambiente em que João vive tem influencia direta em seus hábitos alimentares.
QA'S - Questões de Aprendizagem
1- O que é metabolismo e qual sua função?
Metabolismo é o conjunto de reações químicas que ocorrem nos organismos vivos para converter substâncias em energia e em componentes celulares essenciais. Ele se divide em dois processos: anabolismo (síntese de moléculas complexas) e catabolismo (quebra de moléculas para liberação de energia).
A função do metabolismo é manter a vida, fornecendo energia para as atividades celulares, como crescimento, reparo, reprodução e resposta a estímulos.
TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
2- O que são carboidratos e quais são seus tipos?
Carboidratos são biomoléculas constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, e desempenham funções essenciais no organismo, principalmente como fonte primária de energia. Também participam da estrutura celular, da comunicação entre células e do armazenamento energético.
Monossacarídeos: unidades simples de carboidratos.
Exemplos: glicose, frutose, galactose.
Dissacarídeos: formados por dois monossacarídeos ligados.
Exemplos: sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose + galactose).
Polissacarídeos: polímeros de monossacarídeos.
Exemplos: amido, glicogênio, celulose.
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica. 6. ed. São Paulo: Sarvier, 2014.
3- Como ocorre a digestão de carboidratos e como ocorre o metabolismo dos carboidratos?
Boca
Enzima: amilase salivar (ptialina)
Início da digestão do amido → maltose.
Estômago
Ambiente ácido inativa a amilase salivar, pouca digestão ocorre aqui.
Intestino delgado
Enzima: amilase pancreática
Quebra amido → maltose, maltotriose e dextrinas.
Enzimas da borda em escova (maltase, lactase, sacarase) → quebram dissacarídeos em monossacarídeos (glicose, frutose, galactose).
Absorção
Monossacarídeos são absorvidos pelas células intestinais (enterócitos) e passam para o sangue.
Glicose no sangue → distribuída para as células via insulina (principalmente fígado, músculos e tecido adiposo).
Nas células:
A glicose entra na via da glicólise, produzindo ATP (energia), piruvato e NADH.
O piruvato:
Se houver oxigênio → entra no ciclo de Krebs e cadeia respiratória (respiração celular aeróbica).
Sem oxigênio → convertido em ácido lático (fermentação lática).
Excesso de glicose:
Armazenado como glicogênio (no fígado e músculos) → processo chamado glicogênese.
Pode ser convertido em gordura (lipogênese) se os estoques de glicogênio estiverem cheios.
LEHNINGER, Albert L.; NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica. 6. ed. São Paulo: Sarvier, 2014.
4- Como ocorre o metabolismo de carboidratos e como geram energia?
Entrada da glicose nas células:
A glicose, absorvida no intestino e levada pelo sangue, entra nas células com auxílio da insulina (principalmente em fígado, músculos e tecido adiposo).
Glicólise (no citoplasma):
A glicose (C₆H₁₂O₆) é quebrada em duas moléculas de piruvato, produzindo:
2 ATP (energia imediata)
2 NADH (transportadores de elétrons)
Ciclo de Krebs (na mitocôndria):
O piruvato entra na mitocôndria e é convertido em Acetil-CoA, que entra no ciclo de Krebs, gerando:
CO₂ (eliminado pelos pulmões)
NADH e FADH₂ (mais transportadores de elétrons)
Cadeia respiratória (fosforilação oxidativa):
Os NADH e FADH₂ entregam elétrons para a cadeia transportadora de elétrons, produzindo:
32 a 34 ATP
Água (H₂O)
Total de energia por 1 glicose:
Cerca de 36 a 38 ATPs, dependendo da célula.
Armazenamento como glicogênio (glicogênese) no fígado e músculos.
Se o glicogênio estiver saturado, a glicose é convertida em ácidos graxos e armazenada como gordura.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
5- Quais são os critérios para classificar a obesidade?
A classificação da obesidade é baseada no Índice de Massa Corporal (IMC), calculado por:
IMC=peso (kg)(altura (m))2IMC=(altura (m))2peso (kg)
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS):
IMC 18,5–24,9: peso normal
IMC 25–29,9: sobrepeso
IMC 30–34,9: obesidade grau I
IMC 35–39,9: obesidade grau II
IMC ≥ 40: obesidade grau III (mórbida)
Em crianças e adolescentes (de 2 a 19 anos), o IMC é ajustado por idade e sexo, sendo interpretado com base em curvas de crescimento percentilizadas, como as da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
< P3: baixo peso
P3 a <P85: peso adequado
P85 a <P97: risco de sobrepeso (ou sobrepeso, dependendo da diretriz)
≥ P97: obesidade
≥ P99: obesidade grave
Exemplo: Uma criança com IMC no percentil 95 está com obesidade, mesmo que o valor absoluto seja menor que o "30" usado em adultos.
Além disso, a circunferência abdominal (CA) é critério importante:
Risco aumentado: CA >94 cm (homens), >80 cm (mulheres).
Risco muito alto: CA >102 cm (homens), >88 cm (mulheres).
Fonte: World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. WHO Technical Report Series 894; 2000.
6- Quais são as principais doenças causadas pela obesidade?
Diabetes mellitus tipo 2
A obesidade, especialmente a abdominal, está fortemente associada à resistência à insulina, principal fator para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.
Hipertensão arterial
O excesso de peso contribui para o aumento da pressão arterial, elevando o risco de doenças cardiovasculares.
Doenças cardiovasculares
A obesidade está relacionada a diversas doenças do coração, incluindo insuficiência cardíaca e doença arterial coronariana.
Dislipidemias
Alterações nos níveis de lipídios no sangue, como aumento do colesterol LDL e triglicerídeos, são comuns em indivíduos obesos.
Doenças respiratórias
A obesidade pode levar a condições como apneia do sono e síndrome da hipoventilação, devido ao acúmulo de gordura na região torácica.
Alguns tipos de câncer
Estudos indicam que a obesidade aumenta o risco de cânceres como os de mama, cólon, próstata e endométrio.
Doenças osteoarticulares
O excesso de peso sobrecarrega as articulações, especialmente dos joelhos e quadris, favorecendo o desenvolvimento de osteoartrite.
Colelitíase (cálculos biliares)
A obesidade aumenta a produção de colesterol na bile, facilitando a formação de cálculos na vesícula biliar.
Depressão e transtornos psicológicos
Há uma relação bidirecional entre obesidade e distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade, influenciada por fatores hormonais e sociais.
Doença hepática gordurosa não alcoólica
O acúmulo de gordura no fígado, comum em obesos, pode evoluir para inflamação e cirrose hepática.
SANTOS, J. M. dos; SILVA, A. L. da; PEREIRA, R. T. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21, n. 5, p. 573–584, 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rn/a/TGppS8yhnCMfkDJgmw9DTYm/. Acesso em: 4 maio 2025.
7- O que é pirâmide alimentar e quais as diferenças entre a nova e a antiga?
A pirâmide alimentar é uma ferramenta usadas por nutricionistas e que serve para promover a alimentação saudável e prevenir o surgimento de doenças como obesidade, diabetes e pressão alta.
Esta pirâmide facilita a visualização dos diferentes grupos, ajudando também a diminuir a ingestão de alimentos ricos em gordura, açúcar e sal. A pirâmide alimentar brasileira, ou nova pirâmide alimentar, usou a antiga pirâmide norte-americana como base e foi adaptada aos hábitos, alimentos e cultura do Brasil.
Este ajuste foi importante, pois alimentos como o feijão, que é muito consumido no Brasil, precisaram ficar em um grupo separado, por exemplo.
Além das recomendações dos tipos de alimentos, a pirâmide brasileira também sugere: praticar de atividade física por, no mínimo, 30 minutos por dia, 7 vezes na semana: fazer 6 refeições por dia, com café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia; e beber bastante água. Com as novas adaptações, a divisão da pirâmide alimentar brasileira ficou em 4 níveis e 8 grupos de alimentos no total. Ao contrário da divisão da pirâmide norte-americana, que tinha 4 níveis e somente 6 grupos alimentares.
Grupos da pirâmide alimentar
A estrutura da pirâmide alimentar brasileira é dividida em 4 níveis que contém 8 grupos de alimentos:
Primeiro nível: contém o grupo dos cereais, tubérculos e raízes; Segundo nível: inclui o grupo das hortaliças e o grupo das frutas; Terceiro nível: composto pelo grupo do leite e derivados, o grupo das carnes e ovos e o grupo das leguminosas; Quarto nível: contém o grupo dos óleos e gorduras e o grupo dos açúcares e doces.
Grupo 1: cereais, tubérculos e raízes
Os alimentos que fazem parte deste grupo ficam na base da pirâmide e inclui pães, farinhas, massas, arroz, e tubérculos, como aipim, batata e batata doce.
O consumo dos cereais integrais, como arroz integral e pão integral devem ser priorizados, pois estes alimentos contêm mais fibras que os refinados. Veja mais opções saudáveis de cereais integrais.
Quantidade recomendada: a ingestão sugerida é de 5 a 9 porções diárias.
Grupo 2: hortaliças
As hortaliças fazem parte do segundo nível da pirâmide alimentar como por exemplo alface, tomate, abóbora, abobrinha e couve. As hortaliças são ricas em fibras, vitaminas e minerais e devem ser consumidas de preferência frescas.
Quantidade recomendada: o consumo destes alimentos deve ser de 4 a 5 porções por dia.
Grupo 3: frutas
Os alimentos que fazem parte deste grupo são as frutas como banana, laranja, mamão, manga e tangerina, que são naturalmente fontes de vitaminas, minerais e fibras e devem ser consumidas, de preferência, cruas, com casca e evitando cozinhar, adoçar, fazer sucos ou doces.
Quantidade recomendada: a ingestão aconselhada deste grupo é de 3 a 5 porções ao dia.
Grupo 4: leite e derivados
Este grupo está localizado no terceiro nível da pirâmide e inclui alimentos como leite, queijo e iogurte, que são ricos em proteína e cálcio. É aconselhado optar por versões com menos gordura, como leite desnatado e queijos brancos.
Quantidade recomendada: é indicado comer 3 porções destes alimentos por dia.
Grupo 5: carnes e ovos
Este grupo é composto por proteínas de origem animal, como carne de boi e de porco, aves, ovos, peixes, miúdos e vísceras. As proteínas animais são ricas em Ferro e vitamina B12, sendo importante priorizar as carnes com pouca gordura, como peixes e frango.
Quantidade recomendada: é indicado comer de 1 a 2 porções por dia destes alimentos.
Grupo 6: leguminosas
As leguminosas são fontes de proteína vegetal e fibras, e os alimentos deste grupo são os feijões, a ervilha, o grão-de-bico, a soja, a fava e o amendoim.
Quantidade recomendada: a sugestão de consumo destes alimentos é de 1 porção por dia
Grupo 7: óleos e gorduras
Apesar de importantes para o corpo, os óleos e as gorduras são muito calóricos e devem ser consumidos com moderação e, por isso, ficam no último nível da pirâmide. Os alimentos deste grupo são a margarina, a manteiga, o azeite e outros óleos vegetais.
Quantidade recomendada: a ingestão sugerida é de 1 a 2 porções por dia.
Grupo 8: açúcares e doces
Os alimentos deste grupo, como mel, sorvete, chocolate e açúcar refinado, também devem ser ingeridos com moderação, pois são muito calóricos e são pobres em nutrientes importantes para o organismo.
Quantidade recomendada: a ingestão recomendada é de no máximo 2 porções por dia.
Fontes:
NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (Brasil). Guia alimentar para a população brasileira. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf. Acesso em: 04 maio 2025.
ABESO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA. Classificação da obesidade. Disponível em: https://abeso.org.br/obesidade-e-sindrome-metabolica/classificacao/. Acesso em: 04 maio 2025.
MANUAL MSD. Metabolismo. 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-hormonais-e-metab%C3%B3licos/biologia-do-sistema-end%C3%B3crino/metabolismo.
Feedback do dia: aula intuitiva, boa participação dos integrantes da equipe e um dia de muito aprendizado.
A tutora Dani, como sempre, soube conduzir a dinâmica de grupo da melhor maneira possível.