Dia 12/05/2025
SP 3.2: Em busca da perfeição!
Lindalva, aos 19 anos, não está satisfeita com seu corpo. Acha que tem muito pouca massa
muscular, além de certa “tendência para engordar”. Por conta própria, adquiriu em uma loja
que vende suplementos dietéticos alguns produtos à base de aminoácidos e de proteínas,
sem sucesso para o seu emagrecimento.
Resolveu então procurar uma academia de ginástica, avisando desde o início ao professor
de educação física que queria ganhar massa muscular nos membros e no tórax, além de
desenvolver um “abdome de tanquinho”.
O professor lhe prometeu que iria prescrever exercícios de resistência, mas que o processo
seria mais fácil e rápido se a jovem fizesse uso de uns hormônios anabolizantes injetáveis,
que ele mesmo poderia aplicar. Depois de alguns meses, Lindalva já se encontrava muito
mais animada com os resultados obtidos, tanto que parou de frequentar a academia,
continuando, entretanto, o uso dos anabolizantes e dos suplementos dietéticos.
Mais alguns meses se passaram e uma amiga da jovem percebeu que sua voz havia
engrossado um pouco, sendo ridicularizada pelos colegas de trabalho. Porém, preocupada
quando ocorreu a interrupção, sem causa aparente, de seus ciclos menstruais, Lindalva
procurou a médica da UBS do seu bairro, que ao examiná-la constatou que seus olhos e
sua pele se apresentavam amarelados com sinais associados à icterícia.
Solicitou exames de sangue para avaliar a função hepática, bem como dosagens
hormonais e de ureia e creatinina. Frente aos resultados encontrados, a médica alertou
Lindalva para o perigo do uso de anabolizantes, sugerindo sua interrupção, bem como dos
suplementos alimentares.
A jovem deveria retornar aos exercícios físicos, mas em outra academia, claro, onde o
desenvolvimento muscular e de seu condicionamento físico, como um todo, poderiam
ocorrer de forma fisiológica e sem riscos à sua saúde.
O desejo da médica era denunciar a tal academia e o profissional que incentivou o uso dos
anabolizantes, tendo em vista a possibilidade inclusive de causarem complicações mais
sérias, ao coração e a outros órgãos vitais.
PROBLEMAS
LINDALVA, 19 anos:
1- Adquiriu por conta própria suplementos dietéticos e alguns produtos à base de aminoácidos e de proteínas.
2- Uso de anabolizantes sob orientação de um professor na academia.
3- Parou de frequentar a academia, entretanto, continuou fazendo o uso contínuo de anabolizantes.
4- Alteração da voz, interrupção dos ciclos menstruais e olhos e pele amarelados com sinais de icterícia.
5- Necessidade de avaliação da função hepática, dosagens hormonais, de ureia e creatinina e necessidade de interrupção dos anabolizantes e suplementos.
6- Necessidade de retomar os exercícios físicos em outra academia.
HIPÓTESES
1- Facilidade de compra dos suplementos e ideia dos benefícios que podem trazer, ideia reforçada pela mídia.
2- Professor exerceu ilegalmente a profissão com intuito de lucro e autopromoção.
3- Parou de frequentar a academia devido ao alcance de resultados rápidos e falta de orientação.
4- Os anabolizantes são hormônios sintéticos que causam alterações no eixo hipotálamo-hipófise gonadal (HHG) e alterações hepáticas.
5- Avaliação da função hepática foi necessária devido à icterícia; As dosagens hormonais foram usados para avaliar o funcionamento do eixo HHG. A dosagem de ureia e creatinina foram necessárias para avaliar função renal, icterícia e função hepática.
QA'S - Questões de Aprendizagem
1- O que são proteínas, seus tipos e qual sua importância para o organismo?
As proteínas são macromoléculas formadas por cadeias de aminoácidos ligados por ligações peptídicas. Elas exercem funções essenciais no organismo, sendo fundamentais para a estrutura, função e regulação dos tecidos e órgãos.
As proteínas podem ser classificadas quanto à composição e à função:
1. Quanto à composição:
Simples: formadas apenas por aminoácidos (ex: albumina, queratina).
Conjugadas: associadas a grupos prostéticos (ex: hemoglobina, que contém ferro).
2. Quanto à função:
Estruturais: formam estruturas do corpo, como colágeno e queratina.
Enzimáticas: catalisam reações químicas (ex: amilase, lactase).
Hormonais: regulam processos fisiológicos (ex: insulina).
De transporte: transportam substâncias (ex: hemoglobina, que transporta oxigênio).
De defesa: atuam no sistema imune (ex: anticorpos).
Contráteis: envolvidas no movimento muscular (ex: actina e miosina).
Armazenamento: armazenam aminoácidos (ex: ferritina, que armazena ferro).
As proteínas são indispensáveis ao organismo humano por diversas razões:
Promovem o crescimento e reparo dos tecidos.
Participam da formação de enzimas e hormônios.
Atuam na defesa imunológica.
Estão envolvidas no transporte de substâncias no sangue.
Participam da contração muscular e do movimento celular.
São essenciais para funções metabólicas e estruturais.
ALBINO, Luiz Fernando; CARVALHO, Geraldo Batista de. Bioquímica dos Alimentos. 3. ed. Viçosa: Editora UFV, 2011.
2- Como ocorre a digestão, absorção e transporte de proteínas?
A digestão das proteínas é enzimática e ocorre em três principais etapas:
Estômago
O suco gástrico contém pepsina, ativada em meio ácido (pH ~2).
A pepsina inicia a quebra das proteínas em peptídeos menores.
Intestino delgado (duodeno e jejuno)
As enzimas tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase, produzidas pelo pâncreas, atuam sobre os peptídeos.
São gerados oligopeptídeos e aminoácidos livres.
Borda em escova do enterócito
As peptidases intestinais finalizam a digestão, formando aminoácidos prontos para absorção.
Os aminoácidos, dipeptídeos e tripeptídeos são absorvidos pelos enterócitos (células intestinais) através de transportadores ativos, dependentes de sódio.
Dentro da célula, peptídeos são convertidos em aminoácidos livres.
Os aminoácidos passam para o sangue através do capilar intestinal, alcançando a veia porta hepática.
Após absorção, os aminoácidos seguem pelo sistema porta hepático até o fígado, onde:
São utilizados na síntese de proteínas hepáticas (como albumina).
Podem ser liberados para a circulação sistêmica e utilizados por outros tecidos.
Servem como substrato para gliconeogênese, síntese de neurotransmissores ou produção de energia.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
3- Como ocorre o metabolismo proteico?
O catabolismo de proteínas ocorre diariamente e é estimulado pelo hormônio cortisol. Proteínas de células desgastadas são quebradas em aminoácidos, que podem ser reutilizados para formar novas proteínas ou convertidos em glicose, ácidos graxos e corpos cetônicos pelos hepatócitos. Uma pequena parte dos aminoácidos é usada como fonte de energia, mas antes disso, passam por desaminação — processo que remove o grupo amino e gera amônia. Essa amônia é transformada em ureia, que é eliminada na urina.
O anabolismo das proteínas é o processo de formação de novas proteínas a partir da união de aminoácidos, que ocorre nos ribossomos e é controlado pelo DNA e RNA das células. Essa síntese é estimulada por hormônios como IGF, T3, T4, insulina, estrogênios e testosterona. A ingestão adequada de proteínas é essencial durante o crescimento, gravidez e recuperação de tecidos, mas apenas exercícios de força aumentam a massa muscular, não o excesso de proteína na dieta. Dos 20 aminoácidos, 10 são essenciais e devem ser obtidos pela alimentação, pois o corpo não os produz em quantidade suficiente. Alimentos como carne, ovos e leite contêm proteínas completas com todos os aminoácidos essenciais, enquanto vegetais, grãos e leguminosas oferecem proteínas incompletas. Já os aminoácidos não essenciais podem ser produzidos pelo corpo por meio da transaminação, permitindo a síntese eficiente de proteínas quando todos os aminoácidos necessários estão disponíveis.
O metabolismo dos aminoácidos e proteínas é o conjunto de reações químicas que convertem aminoácidos em outras substâncias, tais como glicose, ácidos graxos e corpos cetônicos, e proteínas em aminoácidos
Metabolismo das proteínas:
Catabolismo
Processo estimulado pelo cortisol da glândula suprarrenal, consiste na quebra de proteínas em aminoácidos, oxidados para gerar ATP.
Os aminoácidos são convertidos em Acetil-CoA e após a desaminação (retirada do grupo amino), realizada pelos hepatócitos, entram no ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons.
Aminoácidos podem ser convertidos, pelos hepatócitos, em glicose (gliconeogênese), ácidos graxos ou corpos cetônicos.
Anabolismo
Processo caracterizado pela formação de ligações peptídicas entre aminoácidos para a síntese de proteínas, realizado nos ribossomos e dirigido pelo DNA e RNA das células
Estimulada por fatores IGF, hormônios tireoidianos (T3/T4), pela insulina, estrogênio e testosterona
Desaminação
Consiste na retirada do grupo amino (NH2) da estrutura dos aminoácidos pelos hepatócitos, liberando amônia (NH3+)
A amônia será convertida em ureia no fígado, entra no sangue e é excretada na urina
Transaminação
Processo em que ocorre a transferência do grupo amino de um aminoácido para um o ácido pirúvico/cetoácido
Auxiliado pela aminotransferases ou transaminases, essas enzimas necessitam de vitamina B6 para o bom funcionamento.
O cetoácido pode ser reutilizado, produzindo glicose ou glicogênio (aminoácidos glicogênicos) é convertida em Acetil-CoA e utilizada para fins energéticos ou para síntese de ácidos graxos ou corpos cetônicos (aminoácidos cetogênicos)
É uma maneira de sintetizar os aminoácidos não essenciais, como o glutamato
TGO -Transaminase glutâmico-oxalacética
Presente no coração, músculos, rins e cérebro; é liberada pelo músculo cardíaco após lesão decorrente do infarto agudo do miocárdio
Indicador para problemas hepáticos
TGP -Transaminase glutâmico pirúvico
Marcador específico de doença hepática
Alto nível de atividade no plasma nos casos de lesão do tecido hepático (hepatite, cirrose)
Ciclo da Ureia
A amônia é tóxica ao organismo, concentrações elevadas (hiperamonemia) causam danos ao sistema nervoso central;
A amônia produzida no fígado pela desaminação é convertida em ureia (solúvel em água), excretado na urina
Balanço nitrogenado consiste na diferença entre o nitrogênio ingerido e excretado.
Normal: o aumento da ingestão leva ao aumento da excreção BN=0
Gestantes, crianças em crescimento e pós-cirúrgico: BN= positivo (ingerido > excretado)
Doenças degenerativas, hemorragias e queimaduras: BN= negativo (ingerido < excretado)
Em situações de deficiência de proteínas, os aminoácidos são retirados dos órgãos para suprir e manter as necessidades calóricas do organismo. A subnutrição proteica entre crianças (1-3 anos), é caracterizada pelo crescimento lento, perda de massa muscular, diarreia, queda da imunidade e dificuldade no processo de cicatrização, afeta as funções cardíacas, respiratórias, hormonais e renais
Kwashiorkor: ingestão inadequada de proteínas, com ingestão energética adequada.
Marasmo: ingestão baixa de proteínas
Exemplos Práticos
Falta de proteína na dieta: leva à perda muscular, edema (pela queda de albumina) e baixa imunidade.
Excesso de proteína: sobrecarrega o fígado (ciclo da ureia) e os rins (excreção da ureia).
Doenças como fenilcetonúria: causadas por defeitos no metabolismo de aminoácidos específicos.
Resumo Metabolismo das Proteínas:
Digestão: Proteínas são quebradas em aminoácidos no estômago e intestino delgado.
Absorção: Aminoácidos são absorvidos pelos enterócitos e transportados para o sangue.
Metabolização: Aminoácidos são utilizados na síntese de proteínas, transaminação e desaminação.
Produção energética: Aminoácidos são convertidos em intermediários do ciclo de Krebs ou glicose para gerar ATP.
Excreção: Resíduos nitrogenados, como a ureia, são excretados pelos rins na urina.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
4- O que são anabolizantes, seu mecanismo de ação e efeitos colaterais? (Dar ênfase à questões hormonais e na icterícia).
Os anabolizantes androgênicos esteroides (EAA) são substâncias sintéticas derivadas da testosterona, o principal hormônio sexual masculino. Eles têm como objetivo aumentar a síntese proteica e o crescimento muscular, sendo utilizados terapeuticamente para tratar certas doenças, mas frequentemente abusados para fins estéticos e de performance.
Atuam nos receptores androgênicos intracelulares:
A testosterona (ou seu derivado sintético) entra na célula e se liga ao receptor androgênico.
O complexo hormônio-receptor migra ao núcleo celular, ativando a transcrição de genes relacionados à síntese de proteínas musculares.
Alteram o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal:
Ao elevar artificialmente os níveis de testosterona, os anabolizantes inibem o feedback negativo natural.
Isso reduz a produção de LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante), levando à supressão da produção testicular de testosterona endógena, podendo causar:
Atrofia testicular
Infertilidade
Disfunção erétil
Ginecomastia (aumento das mamas em homens, por conversão periférica de andrógenos em estrogênio)
Desequilíbrios hormonais em mulheres:
Voz grossa, amenorreia (ausência de menstruação), crescimento de pelos (hirsutismo), alterações no clitóris.
O uso prolongado e em altas doses de anabolizantes pode provocar graves efeitos hepáticos:
Hepatotoxicidade: especialmente com derivados 17-alfa-alquilados (ex: estanozolol).
Colestase intra-hepática: bloqueio do fluxo biliar nos canalículos biliares hepáticos.
Isso pode causar:
Icterícia (coloração amarelada da pele e olhos por acúmulo de bilirrubina)
Aumento das enzimas hepáticas (ALT, AST, GGT)
Hepatite medicamentosa
Adenomas hepáticos e carcinoma hepatocelular (em casos crônicos)
A icterícia, portanto, é uma manifestação visível da lesão hepática induzida pelo uso de esteroides anabolizantes.
Cardiovasculares: aumento do LDL e redução do HDL, hipertensão, risco de infarto e AVC.
Psíquicos: agressividade, irritabilidade, depressão, dependência.
Renais: retenção de líquidos, sobrecarga renal, proteinúria.
Dermatológicos: acne, oleosidade, calvície de padrão masculino.
BRUNTON, Laurence L. et al. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman & Gilman. 13. ed. Rio de Janeiro: AMGH, 2019.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
________________________________________________________
OUTRA RESPOSTA:
São substâncias que imitam os efeitos da testosterona, com duas principais ações:
Anabólica: estimula o crescimento dos músculos, ossos e síntese de proteínas.
Androgênica: desenvolve e mantém características sexuais masculinas (voz grossa, pelos, libido).
Podem ser administrados por via oral ou injetável.
Mecanismo de Ação (ênfase hormonal)
Penetram nas células musculares.
Ligam-se aos receptores androgênicos no núcleo celular.
Ativam a síntese de proteínas, o que promove hipertrofia muscular (crescimento do músculo).
Ao aumentar os níveis de testosterona artificialmente, geram um feedback negativo no eixo hipotálamo–hipófise–gônadas:
Reduz a liberação de LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo-estimulante).
Isso diminui a produção natural de testosterona e pode causar atrofia testicular e infertilidade
Hormonal (Homens)
Supressão da produção natural de testosterona, Atrofia dos testículos, Ginecomastia (crescimento das mamas), Infertilidade, Agressividade e alterações de humor (conhecido como “roid rage”).
Hormonal (Mulheres)
Aumento de pelos no corpo e rosto, Voz mais grossa, Alterações menstruais, Aumento do clitóris (virilização), Queda de cabelo (alopecia).
Efeitos hepáticos (com foco na icterícia)
Muitos anabolizantes orais (como estanozolol e oxandrolona) são 17-alfa-alquilados, o que os torna mais tóxicos ao fígado. Isso pode causar:
Hepatotoxicidade
Inflamação das células do fígado (hepatite medicamentosa).
Colestase: redução ou bloqueio do fluxo de bile, o que leva ao acúmulo de bilirrubina no sangue.
️ Icterícia
Resultado do excesso de bilirrubina na corrente sanguínea (hiperbilirrubinemia).
Sintoma visível: pele e olhos amarelados.
Indica sofrimento hepático grave e pode evoluir para insuficiência hepática se o uso continuar.
5- O que é icterícia e seus tipos?
A icterícia é a coloração amarelada da pele, mucosas e principalmente da esclera (parte branca dos olhos), causada pelo acúmulo de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia).
A bilirrubina é um pigmento resultante da degradação da hemoglobina, presente nos glóbulos vermelhos.
Normalmente, a bilirrubina é captada pelo fígado, conjugada e eliminada na bile. Quando há algum distúrbio nesse processo, ocorre o acúmulo da substância no organismo, levando à icterícia.
A icterícia pode ser classificada conforme o local ou mecanismo afetado no metabolismo da bilirrubina:
1. Icterícia Pré-hepática (ou hemolítica)
Causa: aumento na destruição de glóbulos vermelhos (hemólise).
Exemplos: anemia hemolítica, reações transfusionais, malária.
Conseqüência: produção excessiva de bilirrubina indireta (não conjugada), que o fígado não consegue metabolizar totalmente.
2. Icterícia Hepática (ou intra-hepática)
Causa: lesões nos hepatócitos (células do fígado) que prejudicam a captação, conjugação ou excreção da bilirrubina.
Exemplos: hepatites virais, hepatotoxicidade por medicamentos (ex: anabolizantes), cirrose.
Conseqüência: aumento de bilirrubina direta e indireta (mista).
3. Icterícia Pós-hepática (ou obstrutiva)
Causa: obstrução das vias biliares, impedindo a saída da bile para o intestino.
Exemplos: cálculos biliares, tumores pancreáticos, estenose biliar.
Conseqüência: refluxo da bilirrubina conjugada (direta) para o sangue.
Sinais associados:
Urina escura, fezes esbranquiçadas, coceira intensa (prurido).
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
______________________________________________________
OUTRA RESPOSTA:
A icterícia é a coloração amarelada da pele, mucosas e esclera (parte branca dos olhos) devido ao acúmulo de bilirrubina, um pigmento amarelo que resulta da degradação dos glóbulos vermelhos. Essa condição pode ocorrer em recém-nascidos e adultos, sendo geralmente causada por problemas hepáticos, biliares ou anormais na produção ou eliminação de bilirrubina. A icterícia pode ser classificada em tipos como pré-hepática, hepática e pós-hepática, cada um com causas e características específicas.
Tipos de Icterícia:
* Icterícia Pré-Hepática: Resulta de um aumento na produção de bilirrubina, geralmente devido à destruição excessiva de glóbulos vermelhos (hemólise).
* Icterícia Hepática: É causada por problemas no fígado, que podem afetar a sua capacidade de metabolizar e eliminar a bilirrubina.
* Icterícia Pós-Hepática: É causada por obstruções no sistema biliar, impedindo que a bilirrubina seja eliminada para o intestino.
Icterícia em Recém-Nascidos:
A icterícia é comum em recém-nascidos e geralmente é leve e desaparece dentro de uma a duas semanas. No entanto, em alguns casos, a icterícia neonatal pode ser grave e necessitar de tratamento, como a fototerapia.
Causas da Icterícia:
* Em recém-nascidos: A icterícia fisiológica é comum, mas pode ser causada por problemas como incompatibilidade sanguínea entre mãe e filho, prematuridade, baixa ingestão de leite materno ou desidratação.
* Em adultos: A icterícia pode ser causada por doenças hepáticas (hepatite, cirrose), doenças biliares (cálculos biliares, obstruções), anemia hemolítica ou outros problemas que afetam a produção ou eliminação de bilirrubina.
6- O que são suplementos, seus benefícios e malefícios?
Os suplementos alimentares são produtos que podem ser utilizados para complementar a alimentação, seja por carência na ingestão, dificuldade de absorção do alimento ou aumento da demanda por algum problema de saúde e circunstância específica. Quem faz atividades físicas muitas vezes também lança mão de suplementos, seja para melhorar a performance, seja para ganhar massa muscular, ou mesmo para repor os nutrientes perdidos ao longo da realização dos exercícios, como vitaminas, minerais, fibras, ácidos graxos, proteínas ou aminoácidos. Os mais conhecidos e procurados pelo público das academias são o whey protein, a creatina e o BCAA. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Suplementos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), 54% dos lares do país possuem ao menos uma pessoa que consome esse tipo de produto.
Benefícios, quando usados corretamente:
Melhora o desempenho do atleta;
Auxilia na recuperação muscular e reduz dores musculares tardias após exercícios intensos;
Contribui para o ganho de massa muscular;
Auxilia na prevenção e tratamento de doenças como o câncer e a catarata;
Ajuda no tratamento de portadores de doenças disabsortivas do trato gastrointestinal, ou seja, doenças de má absorção dos nutrientes;
Colabora com a absorção da quantidade mínima de nutrientes por idosos;
Auxilia no tratamento de pacientes com quadro de caquexia, de intensa perda de peso; e sarcopenia, de perda de massa muscular;
Ajuda na eliminação dos radicais livres, que são os responsáveis pelo envelhecimento precoce.
Efeitos adversos, se consumidos em excesso:
Intoxicação;
Cálculo renal;
Sobrecarga de órgãos responsáveis pelo metabolismo, como fígado e rins;
Dor de cabeça;
Reações cutâneas;
Fadiga;
Insônia ;
Reações gastrointestinais;
Má absorção dos nutrientes.
PHILLIPS, Stuart M. A brief review of critical processes in exercise-induced muscular hypertrophy. Sports Medicine, v. 44, n. 1, p. S71-S77, 2014.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Suplementos alimentares: guia para indústria. Brasília: ANVISA, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/
7- O que é ureia e creatinina e qual finalidade da dosagem?
A ureia é um composto nitrogenado produzido no fígado a partir do metabolismo das proteínas. Durante o processo de desaminação dos aminoácidos, forma-se amônia (NH₃), uma substância tóxica que é convertida em ureia e eliminada pelos rins na urina.
A creatinina é um subproduto da degradação da creatina fosfato, substância envolvida no metabolismo energético muscular.
Ela é produzida de forma constante e eliminada pelos rins — sem reabsorção significativa — sendo um marcador mais específico da função renal que a ureia.
A dosagem sanguínea (e urinária) de ureia e creatinina tem como principais objetivos:
✅ Avaliar a função renal
Quando os rins não estão filtrando adequadamente, os níveis de ureia e creatinina no sangue se elevam.
A taxa de filtração glomerular (TFG) pode ser estimada a partir da creatinina.
✅ Investigar distúrbios metabólicos ou desidratação
A ureia pode aumentar também em casos de desidratação, febre, hemorragias digestivas e uso excessivo de proteínas na dieta.
Relação ureia/creatinina pode ajudar a diferenciar causas pré-renais, renais e pós-renais de disfunção.
✅ Monitorar pacientes com doenças crônicas
Como diabetes, hipertensão arterial, insuficiência renal crônica ou uso de medicamentos nefrotóxicos (que podem lesar os rins).
_______________________________________________________________________
OUTRA RESPOSTA:
Ureia e creatinina são substâncias nitrogenadas presentes no sangue que servem como marcadores indiretos da função renal. Ambas são comumente dosadas em exames laboratoriais para avaliação da capacidade de filtração dos rins, sendo fundamentais no diagnóstico e acompanhamento de doenças renais.
Ureia
Origem: Produto final do metabolismo de proteínas. É produzida no fígado a partir do amônio (NH₃) e excretada principalmente pelos rins.
Depende de:
Função renal.
Ingestão proteica.
Estado de hidratação.
Metabolismo hepático.
Valores elevados podem indicar:
Insuficiência renal.
Hipovolemia/desidratação.
Hemorragia digestiva alta.
Dieta rica em proteínas.
Catabolismo intenso (infecções, queimaduras).
Valores diminuídos:
Doença hepática grave.
Dieta pobre em proteínas.
Super-hidratação.
Creatinina
Origem: Produto da degradação da creatina-fosfato presente nos músculos. Sua produção é relativamente constante e proporcional à massa muscular.
Excreção: 100% excretada pelos rins (principalmente por filtração glomerular).
Mais específica que a ureia para avaliar a função renal.
Valores elevados sugerem:
Redução da taxa de filtração glomerular (TFG).
Insuficiência renal aguda ou crônica.
Valores falsamente normais ou baixos podem ocorrer em:
Idosos (menor massa muscular).
Desnutrição.
Doenças musculares.
Finalidade da dosagem de ureia e creatinina
Avaliar a função renal – Principal uso clínico.
Detectar insuficiência renal aguda ou crônica.
Acompanhar pacientes com doenças renais crônicas (DRC).
Monitorar efeitos nefrotóxicos de medicamentos.
Avaliar o estado de hidratação e perfusão renal.
Determinar a necessidade de ajustes na dosagem de fármacos excretados pelos rins.
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de fisiologia médica. 14. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021.
BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Brasília: MS, 2013. Disponível em: https://www.gov.br/saude
Feedback do dia: aula produtiva e com muita troca de conhecimentos entre o grupo de 15 alunos.
A tutora Dani, como sempre, soube conduzir a dinâmica de grupo da melhor maneira possível!